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Rodrigo Brito, presidente do Pelotas, concede entrevista ao Diário Popular

Dirigente aborda promoção de ingressos, participação do clube na Copinha, retomada da base e empreendimentos no entorno da Boca do Lobo

Foto: Carlos Queiroz - DP - Mandatário afirma que o clube tem "poucos sócios": menos de mil atualmente

Em entrevista ao Diário Popular, o presidente do Pelotas, Rodrigo Brito, falou nesta quarta-feira (19) sobre os principais temas da atualidade do clube. Entre as pautas, desde a promoção de ingressos para o primeiro jogo em casa na temporada, domingo, diante do Inter-SM, até as negociações por áreas do entorno da Boca do Lobo - passando também pela participação ou não na Copinha, reativação das categorias de base, receitas e necessidade de conquistar o acesso na Série A-2.

Confira.

DIÁRIO POPULAR: No início deste mês se completaram quatro meses de mandato. Qual é o balanço desse período à frente do clube?
RODRIGO BRITO: O balanço é extremamente positivo, porque conseguimos o principal objetivo do nosso primeiro semestre: colocar o Pelotas em campo com um time competitivo e pagar as contas. O trabalho é diuturno, o envolvimento é intenso. Mas o objetivo está sendo cumprido, e além disso a gente já almeja mais coisas. A gente precisa reforçar agora um pouco mais o elenco e contar com a presença do nosso torcedor enchendo a Boca do Lobo no domingo.

DP: Sempre se fala do valor do ingresso. Esse valor é baixo, convidativo ao torcedor. Mas o Pelotas tem um custo de operação do estádio em dia de jogo. Qual é esse custo? E vale a pena colocar mais gente a um preço menor ou aumentar o preço do ingresso e talvez não ter tanta gente?
RB: Eu me criei na arquibancada do Pelotas sempre ouvindo a desculpa que não tinha muito torcedor porque o ingresso não estava acessível. Para o Pelotas conseguir pagar o custo do jogo, nós precisamos encher o estádio, com o ingresso muito barato do jeito que está. E eu estou confiando que a torcida vai encher o estádio, porque esse é o momento. Não temos outra alternativa, o Pelotas tem que subir esse ano. E pra subir, e pro jogador se comprometer dentro de campo, ele tem que saber que tem gente por ele lá na rua. Ele tem que ver e sentir que o estádio da Boca do Lobo é um estádio que enche. Que o torcedor vai vir e que está comprando a ideia. Se me perguntar se vai continuar o ingresso barato toda a competição, vou dar a mesma resposta do Vinícius [Conrad, vice-presidente]: estou apostando na torcida do Pelotas. Preciso dessa resposta. Preciso chegar domingo às três horas da tarde e ver o estádio cheio. Vamos manter o quanto der o ingresso barato. Se eu pudesse, fazia mais barato ainda.

DP: Quantos sócios em dia o Pelotas tem hoje?
RB: São poucos sócios. A gente tem menos de mil sócios. Eu espero que isso aumente muito. Porque além dessa promoção do ingresso barato, o Pelotas está dando pro sócio a possibilidade de trazer mais um acompanhante, sem pagar, vestindo a camisa áureo-cerúlea. A gente precisa colocar gente aqui dentro. Faço um apelo pra torcida que acorde no domingo já com a camisa do Pelotas, que vá pra rua, vá almoçar com a camisa do Pelotas, que venha pra Avenida mais cedo, que tente mobilizar pessoas que não querem vir, ou que nunca vieram ao estádio. Preciso dessa resposta, o grupo de jogadores precisa dessa resposta, e pro Pelotas subir tem que ser esse ano. Não temos outra alternativa, economicamente falando. Precisamos do nosso maior patrimônio, que é a torcida.

DP: Qual é a distância do orçamento do Pelotas em relação aos clubes de maior investimento da Divisão de Acesso?
RB: O Pelotas jogou contra o Santa Cruz que deve ter, no mínimo, uma folha duas vezes maior que a do Pelotas. Isso a gente já sabia. Quando o Roger começou a montar esse grupo, depois com o Chamega ajudando, a gente sabia que não é folha alta que ganha a Série A-2 e que faz o time subir. É o comprometimento. É dar os tiros certos. Já vi muito clube com folha de 500, 600 mil, não subir. E já vi clube com folha mais modesta subir. É outro futebol a Série A-2, porque a gente encontra gramados ruins, situações adversas, até pra tomar banho. Então sobe aquele time que é mais comprometido, por isso que a gente tinha que acertar, e acertou bem na escolha dos atletas. Não adianta ter um elenco muito caro e não comprometido.

DP: O Pelotas não aparece nos grupos oficiais da Copinha da Federação Gaúcha de Futebol (FGF). Como ficou essa situação?
RB: Eu inclusive já mandei mensagem pro Luciano [Hocsman, presidente da FGF]. Sempre foi extremamente atencioso com o Pelotas. Acho que houve um erro no canal de comunicação só. O Pelotas tem interesse e vai participar da Copinha porque o Pelotas é um clube de futebol. Não é um clube de regatas. Clube de futebol tem que jogar futebol. Domingo o Pelotas vai apresentar o diretor de base [Daniel Carvalho, anunciado na quarta, como trouxe a edição de ontem do DP], que é um cara do futebol, que vai começar a fazer o time sub-20, e eu pretendo que o Pelotas jogue a Copinha com muitos jogadores da base. O Pelotas tem que voltar a ter base, e pra isso estou trazendo esse amigo pessoal meu, que tem abertura, conhecimento e conhece futebol de base.

DP: A base vai ser custeada com recursos próprios do clube?
RB: Vai ser uma parceria. O Pelotas vai entrar com muita coisa, ele através dos seus investidores vai entrar com outras. Não vai ser um time sub-20 de empresários. É o Pelotas, com ajuda dele, que vai conseguir fazer esse time sub-20.

DP: A ideia é que a base se some ao atual elenco pra disputar a Copinha?
RB: Eu acho que isso ainda vai mudar porque a gente não vai conseguir ter uma participação tão grande na Copinha ainda tendo a Divisão de Acesso, então talvez a Federação ainda mude isso. Mas o Pelotas tem interesse e vai participar.

DP: Existem novidades com relação a exploração de áreas da Boca do Lobo?
RB: O Pelotas tem um grande empreendimento já com contrato afirmado, que vai vir pro entorno da Boca do Lobo, uma grande rede aí de lanchonetes. Está com alguns outros negócios ali onde era a galeteria, e embaixo da arquibancada da Amarante alguns negócios bem encaminhados. Nosso principal objetivo é esse: revitalizar o entorno e fazer com que ele seja rentável e sustente o Pelotas. Tem vários negócios bem encaminhados e outros já assinados.

DP: Para finalizar, qual é tua avaliação inicial do trabalho do Leocir?
RB: Não vejo comissão técnica no interior do Rio Grande do Sul que seja comandada por um cara tão experiente quanto o Leocir. Ele é um dos grandes técnicos do interior. Está conseguindo tirar o melhor do grupo. Fez o grupo entender que nossa principal força é o conjunto e comprometimento. O recado é um só: tem que vir, não tem motivo para não vir. Pra ele ter orgulho do seu estádio, esse estádio tem que estar lotado no domingo. Quem não quiser vir e for torcedor, esse é o momento. Quem está há muito tempo afastado, esse é o momento.

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